A SEXUALIDADE E O CORPO SEM MUNDO ( PATRÍSITCA E O MAL ESTAR NA IDADE MÉDIA).
A desconstrução do corpo e castração sexual civilizadora junto a idade média inserida pelo pensamento pratrístico como essência do pensamento cristão medieval.
O reconhecimento do corpo como movimento no mundo e a possibilidade sexual como parte desse movimento, são condições da existência humana.
Este reconhecimento pontua-se inicialmente a cerca de 30.000 anos atrás como início de um fenômeno que colocaria definitivamente em pauta duas questões humanas. O homem ao passar a enterrar seus mortos, tornaria o corpo objeto de culto e a vida passaria a ser transcendente, uma experiência compreendida como algo além do próprio objeto: corpo.
Desse modo, torna-se o homem um animal social e religioso, pois, ao deparar-se com a morte, encontra-se com sentido para vida (pulsão de vida em contra ponto com a constatação da morte) na realização dessa tanscendência existente nos sepultamentos. Assim desse modo a vida passa a ter um simbolismo; vida, morte e natureza transcente, significado,significante sendo engendrados para uma consciência do mundo.
Assim configurado, o homem existe por toda sua antiguidade imerso num misto místico, mítico associado a natureza e seu ciclo. O dito homem pagão que viria emergir desses primeiros ritos fúnebres, evoluiria para as celebrações da vida e da fertilidade numa relação que estabeleceria o próprio ciclo do tempo inaugurando a noção de termpo cíclico, tempo este, tido por tempo natural por via de sua associação ao aspecto da natureza : fecundação, gestação, vida, existência, morte e renascimento. O homem reproduzia em si como sentido e experiência vivida, o mesmo trâmite observado no mundo: tudo que existe, existe para a vida, tudo que existe; existe para a morte, tudo renasce "eternamente renascendo", o homem relaciona-se com o mundo e neste mundo enxerga a si mesmo. O corpo faz parte da existência como parte do mundo em movimento e o sexo complementa este mundo como potência para a vida.
A antiguidade foi extruturada em torno dessa condição, desenvolvendo-se culturalmente, evoluindo e sofisticando seus ritos e simbolismos bem como sua condição psíquica tipificada pelo modo da própria existência relacionada ao cíclos da natureza denotando aí o manifesto pagão do temo cíclico intimamente ligado a fertilidade e portanto ao corpo e sexo como fundamento da vida.
O DITO "MILAGRE GREGO".
A grécia como cultura, encontra-se inserida num contexto associoado ao paganismo, mas que entretanto num detrminado momento de sua história irá promover uma revolução na forma de pensar o mundo, essa revolução será construída em torno do que viria a ser chamado de logos grego ou razão. A cultura grega fará brotar uma intencionalidade para a razão, uma formaativa consciênte de enxergar o mundo fora do mito e das perspectivas religiosas, mas sim através da possbilidade humana de reconhecer a verdade por via do pensamento crítico; essa postura "rompeu" de certa maneira com as necessidades rituais abrindo novas discussões e comportamentos culturais.
ENTRE PARMÊNIDES E HERÁCLITO (O movimento, a vida e a noção de perfeição).
O filósofo pré socrático Parmênides, afirmoou em sua obra (obra conhecida por fragmentos e sitações de outros filósofos) que: o "SER é, e o não ser: não é!" Que aquilo que é perfeito (O SER) não pode ser acrescido de mais nada, pois a perfeição existe em si mesma e que nesta condição portanto, se faz imóvel e imutável.
Já outro filósofo chamado Heráclito, contrariamente dizia : que tudo é movimento, que tudo se transforma continuamente e que nada pemanece sendo e portanto tudo é transformação dentro desse movimento contínuo.
PLATÃO E A SIGNIFICATIVA SÍNTESE SOBRE O MOVIMENTO.
A discussão sobre o movimento tornou-se intensa e fundamental para a compreensão da vida e aproximação da verdade. Afinal, há perfeição e portanto ausência de movimento, ou tudo se transforma continuamente possibilitando uma perfeição almejada e desejada sendo este almejar o próprio motor da vida e do universo?
A possibilidade para uma resposta nasce na teoria das ideias em Platão (Platão e a República, livro onde encontra-se sua teoria sobre o conhecimento e portanto sua teoria sobre o mundo das ideias). O filósofo Platão dirá que existe um mundo intelegível e perfeito chamado de mundo das ideias, mas também existe um mundo imperfeito e sinsível, o mundo objetivo e material; mundo sempre imperfeito (Dessa teoria nasce sua alegoria da caverna, uma reflexão sobre a jornada do estado humano e sua ignorância para o conhecimento sobre a verdade).
Platão valorizará o mundo intelegível por sua perfeição e dotará a razão como fonte da sabedoria e da realização humana, portanto fonte da verdadeira felicidade. Feliz é o sábio porque este é essencialmente racional. Ao contrário; aqulele que visa se alimentar-se exclusivamente dos prazeres físicos com o objetivo de alcançar a felicidade, engana-se, pois se faz escravo de necessidades sensíveis (imperfeitas por natureza) e mundanas, obviamente nocivas ao conhecimento e experiência junto ao conhecimento sobre o mundo.
Outras questões.
Ao nos depararmos com as ideias de Platão e dos filósofos gregos, não devemos nos furtar de uma consciênte noção de que os mesmos encontravam-se numa sociedade pagã sendo também por este estado cultural influênciados de modo objetivo ou abstrato, e que neste estado cultural manifesto como paganismo, havia um conceito subjetivo; uma essência e visão particular sobre o lugar do homem no mundo e sobre este próprio mundo como objeto manifesto. Na obra de Platão neste sentido por exemplo, encontra-se indícios do tempo sendo interpretado como cíclico em argumentos tais como: na apologia do Sócrates a doutrina da *reminiscência; o argumnto sobre o caráter das almas e seu nascimento: argumentos estes que demonstram que fundamentado contextualmente em termos de um tempo natural e que nutriam-se portnto de estruturas psicológicas ainda ligadas a natureza e sua forma cíclica permitindo ao homem existir no mundo e para o mundo também como corpo.
UMA NOVA ORDEM NO MUNDO (O cristianismo e a patrística como fundamento da cultura ocidental).
Por volta do século V - d.c.; por efeito de colapsos junto ao imperio Romano,o cristianismo estará sendo configurado como elemento organizador de uma nova ordem social e cultural e desse modo nos processos da geração histórica de um novo período. A nova religião encontra-se em ascensão e franca expanção convertendo-se ns espinha dorsal da cultura e elemento de concisão em torno do qual a sociedade romana se reestruturará numa nova ordem e percepção sobre mundo. Na medida em que o cristianismo passaria a ser a religição oficial de Roma, os primeiros padres da igreja movimentam-se para estruturar o que viria se tornar o cristiasnismo católico.
Tais contextos então inseridos naquilo que seria o inicio de uma nova era ou período, o período medieval (Nascido das ruínas pagãs do império Romano e sustentado pela organização cristã de uma nova sociedade e experiência humana pautada numa religião monoteísta com referências judaicas).
Pontua-se dos principais personagens desse perído incial da igreja Romana será *Agostinho de Hipona (Mais tardem chamado de Santo Agostinho). A importância de sua obra para a igreja, fundamenta-se no viés por ele utilizado afim de justificar a fé dando a mesma: credibilidade e erudição a nova ordem onde a fé "encontraria-se com a filosofia Grega", mas que entretanto a subjulgaria nos termos da cristandade.
Santo Agostinho irá buscar em Platão a justificativa e explicação para sua doutrina num sentido e tradução secular. O Deus Hebreu torna-se o centro de todas as coisas e verdade encontra-se no mundo por via da revelação. Dentro desse novo rito a fé torna-se elemento fundamental para o manifesto de Deus, sendo que este ato de crença sublima a razão como ação secular existente no mundo pois o mundo encontra-se mergulhado em pecado. O cristianismo ocupará o mundo na forma de uma verdade absoluta e esta verdade só poderá ser alcançada através de uma devoção ao espírito e negação da matéria. Santo Agostinho enxerga na filosofia de Platão, especialmente em sua teoria sobre as ideias e na dicotomia "mente e corpo" traduzidos por mundo intelegível e mundo sensível a base ideal para sedimentar a fé cristã.
A questão humana será retratada agora segundo Santo Agostinho como: O mundo das ideias, mundo perfeito; é Deus, pois somente Deus poderia ser perfeito e dele toda perfeição emana. Entretanto e o mundo sensível, mundo dos homens, é o retrato da imperfeição e do afastamento da condição original, é o mundo corropmpido pelo pecado original, o lar do homem caído e afastado da verdade emanente, razão pela qual estamos imersos em enganos,mentiras e portanto necessitados de redenção. Essa redenção é o que o cristianismo tem a oferecer ao homem através do Cristo como um culto ao espírito santo, portanto um culto que visa a santificação desse espírito e o afastamento desse mesmo espírito desse mundo corrompido.
Neste ponto a existência como objetivo humano, passará a ser exercida em retorno do plano celestial e o abandono aos apegos promovidos pelas ilusões do mundo serão edificados como valores fundamentais sagrados. O efeito dessa nova condição do pensamento imposto pelo cristianismo foi uma dramática ruptura com o tempo cíclico e com a natureza, pois, o entendimento sobre a natureza adotou o mundo como causa da corrupção e esta causa evidentemente seria uma causa naturalmente corrompida, corrupta e condenada ao juízo final:* final dos tempos ou tempo do juízo. Assim inaugura-se uma noção de tempo linear, um tempo sem retorno rumo a eternidade, e o corpo, dentro deste novo conceito é um corpo perecível que deverá ser abandonado em prol da supremacia da alma ou melhor dizendo; do espírito vivificado e que encontrou-se com a verdade eterna.
Desso modo o corpo deixa de ser algo aceito como natural para a experiência da vida humana, e será relegado como uma prisão onde dominam os sentidos que o arrasta o homem para sua queda. Inserido nesse contexto metafísico de existência, cabe ao homem visar a perfeição emanente de Deus ,se afastar de todo materialismo, negar o mundo e a vida do mundo, afastar-se dos apelos decorrentes do corpo, colocaria o homem no caminho da fé, pois estas evidentemente o corpo é o veículo do pecado e desejos são enganos que condenam a criação por sua corrupção existente desda a queda no paraíso narrada no mito do Éden. O homem somente poderá retornar a Deus e para sua eternidade, como espírito purificado pela sua separação do mundo atingindo a sua santidade. ( derivado do termo latino Sancto - significando numa tradução teológica: aquele que é sepado dos pecados do mundo).
O SEXO E A IGREJA MEDIEVAL.
Uma vez que a doutrina patrística sobre um Deus perfeito, inserido num contexto de eternidade linear, associada a pureza do espírito afastado do mundo corrompido, é tida por verdade absoluta e incorruptível, o sexo ainda que permaneça sendo uma necessidade humana inegável, agora como solução e resposta teológica junto a tal necessidade, o sexo torna-se uma necessidade estritamente sagrada e destituida de prazer como objetivo, pois o prazer seria um ato mundano e portanto um ato corruptor. Deus é assexuado, sua manifestação no mundo através do Cristo é igualmente assexuada e a imitação do exemplo de Cristo ganha o contorno da mortificação do corpo e da negação dos desejos humanos e da valorização do sofrimento. O sexo existe para procriação desde que abençoado pelo casamento diante do altar divino, das relações conjugais estabelecidas pela ordem religiosa apresentadas ao homem como representantes de Deus, e assim justificadas pelo seu mandamento :*Creceivos e multiplicaivos , o sexo ganhará um sentido longe da fertilidade como culto de celebração da vida, mas como um mandamento em termos lei abstrata.
O MAL ESTAR NA IDADE MÉDIA.
A idade média ao ser construída num tempo de ordem linear, por matar a presença do corpo como parte do mundo natural arrastando o homem para uma noção de sexo associado a perca da alma e profanação do espírito, castrou essa humanidade lhe retirando um elemento fundamental: o prazer por via do corpo, sendo também um prazer pela vida do corpo. Na idade média, na medida em que iria avançando o homem e suas experiências, centrado essencialmente no espírito pela imposição da negação do mundo, desumanizou-se este homem, o desejo foi animalizado e associado a morte (pulsão de morte )impossibilitando a pulsão de vida manifestada outrora nos ritos de fertilidade e na livre prática do sexo pelo prazer em si. A idade média se torna neurótica, estérica e imersa em fantasias que sublimavam as necessidades frustradas e as canalizando em inúmeras guerras, trabalhos forçados, práticas de mortificação como verdadeiros espetáculos de uma insanidade recalcada. A cultura do medo traduzida no conceito do inferno revelou-se a derradeira negação do corpo e da vida. O corpo por efeito dessas condições, tornou-se um corpo sem mundo na mesma medida em que o mundo ideal e perfeito, tornou-se no imaginário religioso um mundo sem corpo, construído pelo espírito e sua perfeição, ou seja: o mundo celestial.
UMA OUTRA QUESTÃO E O PESO FREUDIANO.
Apesar da queda do mundo medieval em termos históricos e com a posterior introdução do recionalismo fundado por René Descartes no século XVll, nota-se aí a permanência da moral do espírito e da condenação do corpo. tal moral foi edificada e cultuada por mais de mil anos de uma existência onde o corpo e a seualidade foram associadas em maior ou menor grau sempre ao ato desgraça e pecado: desgraça como aquilo que retira o brilho e virtude da alma, que retira a graça como oferta de salvação, e pecado: como efetivo ato contra Deus e elemento justificativo para a condenação eterna. Para a sociedade linear a noção de eternidade envolta na experiência do sofrimento eterno como consequência intrínseca do corpo, esta condenação se fez um peso abissal junto a psique humana, estando presente na constituição do Ser manifesto no mundo o projetando em medos e angustias por vezes tão profundamente arraigadas e potentes que levariam este Ser a queda e ruptura com sua sanidade.
O pensamento freudiano com relação a sexualidade, torou-se um peso para a sociedade européia que evidentemente, mesmo apesar das rupturas com determinada direção do cristianismo, ainda traziua em si e era configurada em torno de um puritanismo como elemento de elevação da cosnciência denotando aí um recalque deliberado e existente or força de séculos em que o corpo e a sexualidade forqam negados ao homem.
O pensamento freudiano ao estabelecer a sexualidade como chave do comportamento humano e portanto estabelecendo-a como uma naturaza existente por toda a extensão da vida abrangendo todas as fases dessa (do nascimento a mais avançada idade), Freud tocou num tabu por séculos reprimido e de difícil abordagem que teve por consequência a negação do mesmo e uma dirigida hostilidade aos conceitos freudianos.
O cristianismo desde o pensamento patrítico encontra-se como uma barreira sexual e esta pressão ou repressão torna-se causa de recalques e suas consequências estudadas e descritas na obra de Freud. As neuroses , psicoses e tantos outras situação de sofrimento por via da supressão do corpo e de seus desejos primordias naturais, não é obra exclusiva do critianismo, mas entretanto não há de ser igorado o fato, de que a formação do pensamento ociedental repousa essencialmente nessa religião, portanto cabe aqui um recorte introdutório como leitura histórica sobre as ações e consequências da relação fé, corpo e sexualidade, bem como: mundo cíclico e paganismo, mundo linear e o cristiansimo como justificativa junto aos eventos retratados. A psicanálise como conhecimento contemporâneo se nutre desse conhecimento abrangente registrado na história humana e possibilita traduções para a própria história do sujeito, mesmo mporqe a própria noção de sujeito é uima noção de construção moderna.
A análise freudiana neste interim, coloca-se como instrumento para um entendimento sobre a condição humanae portanto sobre a condição do próprio sujeito como sujeito de sua própria história. O entendimento sobre as condições em que determinado sujeito foi formado e desenvolveu-se como expressão de uma a existência e coexistência, trata-se de uma obordagem efetivamente divisora de munndos. Coloca-se o racionalismo absoluto em xeque uma vez que o entendimento sobre o mundo e razão, não se configura como algo partindo exclusivamente do próprio sujeito, mas também é um efeito das interações incosciêntes e uma possibilidade gerada pelas interações sujeito e objeto. Diante disso, Freud coloca a sexualidade como parte fundamental do ser humano localizando neste contexto a própria sexualidade como um "local"da existência onde de certas alterações comportamentais ocorrem numa condição inconsciênte e que constatadas como indesejadas, podem ser trazida para a consciência como forma de tratamento justamente pelo processo psicanalítico como processo de esclarecimento pontual sobre a relevância de certos acontecimentos e das inteações e significados efetivados no processo da construção de si, o sujeito.
A sexualidade como fator determinante na construção do sujeito e de sua existência, manifesta-se abertamente ou de modo reprimido. Se faz a sexualidade algo saudável e desejoso, ou atua desviando comportamentos. Na noção de convivência consigo mesmo e na necessidade de convivência com o outro, a superação da morte do corpo é ato de amadurecimento e de cosnciência sobre o mundo, sobre o homem e intereções existênciais.
Robson A. Silva. 18.07.18